quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Independência dos Estados Unidos


  • Antecedentes
O principal antecedente foi o descontentamento da elite com relação a forma de governo britânico. A Guerra dos Sete Anos tinha cabado de terminar, e mesmo vencendo, a Inglaterra passou a exercer mais pressões econômicas sobre os colonos, aumentando impostos, ampliou monopólios e criou obstáculos a livre-circulação. O Parlamento inglês acreditava que os colonos deviam custear a defesa da Inglaterra.
George III (rei inglês) e seus ministros consideravam o território norte-americano como um feudo. Assim o ministro George Grenville estabeleceu que um exército fosse para a América, o reforço dos Atos de Comércio e o aumento dos impostos. Em 1764 entrou em vigor a SUGAR ACT (Lei do Açúcar), aumentando os impostos alfandegários. Em 1765 entrou em vigor a STAMP ACT (Lei do Selo), nas quais jornais e panfletos pagavam taxas de selo aos ingleses.
Os colonos unem-se e recusam-se a pagar essa taxa, dizendo que a Stamp Act não foi votada pela sua Assembléia. Visto a reação popular a Stamp Act foi revogada no ano seguinte. Então o novo ministro passou a cobrar impostos sobre mercadorias importadas. E determinou a utilização de tribunais britânicos para julgar os violadores das novas regras.
Essas e outras medidas ficaram conhecidas como TOWNSHEND ACT (Atos Townshend), e os colonos reagiram novamente.
Em 1773 foi aprovada a TEA ACT (Lei do Chá), que permitia a venda direta de chá para acabar com o estoque e obter receita com as taxas de importação. Isso garantia o monopólio da Companhia Inglesa na venda de chá, o que fez crescer a oposição a Tea Act na Filadélfia, em Boston e em Nova York.
No dia 27 de novembro, o navio DARTHMOUTH aportou em Boston, com o primeiro carregamento de chá. Entre os dias 29 e 30 foram realizadas manifestações que exigiam o retorno do chá a Inglaterra. Então, no dia 16 de dezembro, um grupo de colonos invadiu o Darthmouth e jogou todo o carregamento de chá ao mar. Este episódio de resistência dos colonos ficou conhecido como a Festa do Chá de Boston (Boston Tea Party).

  • Leis Intoleráveis
O governo britânico reagiu a Festa do Chá, criando em 1774 as LEIS INTOLERÁVEIS, fechando o Porto de Boston, proibindo reuniões públicas na cidade sem autorização do governador, determinando o retorno de oficiais acusados de assassinato (para que fossem julgados na Inglaterra), obrigou a província de Massachusetts a prover alojamento e alimentação aos soldados britânicos, a Constituição de Massachusetts foi alterada pela metrópole, além de nomear um general britânico como governador de Massachusetts.

  • Primeiro Congresso Continental da Filadélfia
Os colonos reagiram as Leis Intoleráveis convocando um conselho que revogava as leis, criava uma milícia colonial, reafirmaram a liberdade constitucional, boicotaram a importação de produtos ingleses e fizeram uma petição do rei e um apelo a população da Inglaterra para que fossem reparados os danos causados aos ingleses.
Os líderes radicais criavam "comitês de segurança" e organizaram milícias voluntárias de cidadãos. Então, em 19 de abril de 1775 um destacamento britânico entrou em choque, com uma tropa de milicianos, sendo convocado um segundo congresso.

  • Segundo Congresso Continental da Filadélfia
O segundo congresso assumiu a autoridade para tratar dos problemas intercoloniais. Os radicais convenceram os moderados, organizaram um exército comandado por George Washington e procuraram alianças externas.
Passaram-se quinze meses até a declaração de independência, porque ainda estavam ligados ao Império Britânico, tinham medo de uma desordem ou ditadura, a relutância em perderam privilégios de mercado, a esperança de que as medidas fossem canceladas e a falta de articulação dos colonos.

  • Rumo a Independência
O movimento de independência uniu as colônias, assim como cresceu o ressentimento dos colonos. Thomas Paine redigiu um documento, o SENSO COMUM (10 de janeiro de 1776), que era uma exortação de independência.
Em seguida houve choques em Lexington e Concord e à evacuação de tropas britânicas de Boston, os colonos sentiram-se motivados a lutar contra as tropas, obter ajuda estrangeira e declarar a independência. As legislaturas locais instruiram o Congresso da Filadélfia a lutar pela Independência.
Virginia foi a primeira colônia a declarar independência, constituindo-se em república no dia 7 de junho de 1776, levando as outras colônias a fazerem o mesmo.

  • Declaração de Independência
Foi constituida uma comissão designada a elaborar a Declaração de Independência. O documento foi redigido basicamente por Thomas Jefferson, e adotado no dia 4 de julho de 1776, que passou a ser a data de Independência dos Estados Unidos da América.
O documento dividia-se basicamente em duas partes, a primeira mais filosófica falando sobre os direitos naturais determinados por John Locke e outros filósofos liberais ingleses, e a segunda parte falava sobre os agravos realizados pela Inglaterra, que levaram a separação. Essa declaração fortaleceu os radicais e garantiu apoio externo.

  • Guerra de Independência
A guerra foi marcada inicialmente por um sucesso dos colonos, a tomada de Boston, mas foi uma guerra longa e difícil. Primeiro porque não havia um governo central, e o Congresso servia simplesmente como um elo e não tinha o poder de dar ordens.
A independência não pôs fim as divisões internas, apenas um terço da população lutou verdadeiramente pela independência. E havia muitos lealistas que eram partidários da Inglaterra.
Os revoltosos precisavam de recursos, faltavam armas e munições. A vitória foi possível devido a determinação de George Washington e ao apoio francês.
Só em outubro de 1776 constituiu-se um exército nacional, e muitas derrotas foi por causa da má administração. Além disso, não possuiam uma marinha, e só puderam conter com essas armas devido ao apoio francês a partir de 1780.

  • Campo de Batalha e Alianças
De agosto a dezembro os norte-americanos sofreram revezes frente aos britânicos. No fim de 1776, Washington vence a Batalha de Trenton e no início de 1777, vence a Batalha de Princeton. De janeiro a dezembro de 1777 os Estados Unidos sofrem derrotas, no entanto, em 17 de outubro ocorre rendição das tropas em Saratoga.
Com a vitória em Saratoga, a França faz um tratado formal com os Estados Unidos, e muitos franceses dirigem-se a América do Norte para lutar. Quem se destacou foi o marquês de La Fayette, que foi para lá contrário as vontades do pai e do próprio rei; e lutou junto a Washington. Quando voltou a França ajudou no desencadeamento da Revolução Francesa, sendo o primeiro lider da Guarda Nacional.
Em 6 de fevereiro de 1778 a França reconhece a Independência e assinou um Tratado de Aliança e um Tratado de Comércio com a nova nação. A Espanha e a Holanda seguiram o exemplo da França, sendo Benjamin Franklin o principal articulador dos tratados. A guerra perdurou mais uns anos, e os ingleses até ocuparam alguns territórios ao sul.
Em 1780, La Fayette convenceu o Luis XVI a despachar seis mil homens franceses para a América. Com a união das tropas francesas e norte-americanas, os ingleses renderam-se em Yorktown no dia 17 de Outubro de 1781, decidindo a Independência dos Estados Unidos.

  • Reconhecimento da Independência
A guerra teve diversas consequências, inclusive na India e nas Antilhas. Os ingleses sofreram hostilidades de algumas nações e tiveram de negociar o reconhecimento da Independência dos Estados Unidos. Além de serem assinados dois tratados: Tratado de Versalhes (1783) e Tratado de Paris (1783). O primeiro estabelecia a paz entre a Inglaterra e as outras potências européias, e o segundo, punha fim a guerra da independência, reconhecendo os Estados Unidos, apesar das fronteiras imprecisas.

  • Significado da Independência
A Independência dos Estados Unidos foi muito importante para a humanidade, além de marcar o início de uma nova era no mundo ocidental. O poderio era baseado na exploração das colônias, mas a guerra mostrou que as colônias podiam libertar-se da metrópole, mesmo que esta fosse poderosa.
Além disso, foi um ensaio para a Revolução Francesa, em 1789, que acabaria com o ABSOLUTISMO. Acredita-se também que o envolvimento da França aumentou a crise econômica francesa, contribuindo para a eclosão da Revolução.
Na América Latina serviu como um modelo para as elites, como no caso da Inconfidência Mineira (1789). Enfim, os norte-americanos mostraram que um povo não deveria ser subjugado por outro. A forma de governo adotada pelos norte-americanos também constitui-se como uma inovação, a República Federativa, substituindo a monarquia da época.

Video-aula (a segunda é mais resumida!):
http://www.youtube.com/watch?v=L6artW1ZoAw

http://www.youtube.com/watch?v=iEq27ccnCAY&feature=related

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